sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Banheiro

Amigos,
Vi essa história no site da ADEVA achei interessante republicar aqui no blog. Quem sabe assim, os donos de estabelecimentos tomem providencias!!
Laura é deficiente física e usa cadeira de rodas para se locomover. Certo dia, em um shopping de São Paulo, precisou ir ao banheiro. Foi surpreendida com um banheiro para deficientes físicos misto e sem trava na porta.
O fato ilustra uma situação muito comum vivida pelos deficientes na cidade de São Paulo. E suscita a questão: por que os banheiros públicos adaptados não possuem trancas?
A Norma 9050/94, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, não especifica a obrigatoriedade da ausência de trinco. O artigo 6.8.3 diz apenas que "as portas devem ter condições de serem abertas com um só movimento e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, além de possuir uma barra horizontal de forma a facilitar seu fechamento".Laura procurou esclarecimento com a arquiteta Adriana Almeida Prado, que há 20 anos desenvolve projetos no Centro de Estudos e Pesquisas Administrativas Municipais - Cepam.
Segundo Adriana, "é importante que as portas tenham um trinco, desde que esteja de acordo com o artigo 6.8.3. Os trincos devem existir, pois garantem a privacidade e até a segurança dos usuários. E, considerando que alguns deficientes têm os movimentos das mãos comprometidos, o trinco deve ser grande e de fácil manuseio, de preferência que permita um só movimento, assim como é solicitado no caso das maçanetas".
Outro aspecto importante é que acha banheiros para mulheres e para homens, separados, e com identificação nítida que permita diferenciar um do outro.
Voltando à nossa personagem...
Em outra ocasião, Laura foi assistir uma palestra. Mais uma surpresa! O vaso sanitário do banheiro reservado aos deficientes estava instalado sobre uma plataforma que excedia o contorno do mesmo e impedia o acesso da sua cadeira de rodas. Laura foi conversar novamente com a arquiteta do Cepam sobre o assunto. E Adriana explicou que é muito importante que essa plataforma, chamada sóculo, acompanhe o contorno do vaso sanitário e não ultrapasse as medidas estipuladas na Norma 9050/94, que determina no máximo 5 cm do contorno da base da bacia, que deve estar a uma altura de 0,46 m do piso.
Laura estava em férias e queria viajar. Porém, começou a ficar preocupada, pois se em São Paulo encontrava tanta dificuldade quando saia de casa, em outras cidades não deveria ser diferente.
Mas... resolveu tentar. Foi para Curitiba, no Paraná.
Em Curitiba encontrou outra realidade. O acesso dos deficientes a quase todos os locais é muito tranqüilo, pois as ruas possuem guias rebaixadas que facilitam muito sua locomoção. Os banheiros dos restaurantes têm trinco nas portas, o sóculo é na altura adequada e há barras de apoio perfeitamente instaladas, a 0,30 m de altura em relação ao assento da bacia e comprimento mínimo de 0,90 m.
A válvula de descarga está de acordo com o artigo 7.2.1.3 da Norma 9050/94, que define como altura máxima 1,00 m do piso e solicita que seja manuseada com uma leve pressão, preferencialmente por alavanca.
Foi uma viagem inesquecível, principalmente porque se sentiu respeitada e garantidos seus direitos de cidadã. Mara Alves

Um comentário:

Unknown disse...

Mas não se pode generalizar a cidade de São Paulo por causa de um estabelecimento. A cidade é muito grande, existem os lugares bons, e os ruins.